Construído sem impacto ambiental, o Sandibe Okavango Safari Lodge manteve elefantes, hipopótamos e leões por perto
O Rio Okavango é daquelas paisagens de tirar o fôlego. Localizado no sudoeste da África, é a divisa natural entre Angola, onde fica sua nascente, e Namíbia, e termina em Botsuana, na Reserva de Moremi, em um delta tão belo que foi considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. É às margens desse paraíso que fica o Sandibe Okavango Safari Lodge. Construído originalmente nos anos 1990 em uma concessão de 270 km², faz parte do patrimônio local, o que fez com que uma série de restrições fosse imposta para sua modernização.
Desafio lançado pelo grupo hoteleiro &Beyond para dois escritórios de arquitetura, o sul-africano Nicholas Plewman Architects e Michaelis Boyd Associates, com base em Londres. Enquanto o primeiro cuidou da estrutura, o segundo renovou todo o interior do empreendimento. O resultado não apenas atendeu às necessidades conservatórias, mas delas recebeu vigor e inspiração, a começar pelas formas cilíndricas da construção inspiradas nos ninhos de aves tecelãs e no casco cheio de escamas do pangolim, um animal de aparência próxima à do tatu.
Toda a renovação foi conduzida com materiais biodegradáveis, sem o uso de cimento e 100% da eletricidade é fornecida por painéis solares, sem impactos ambientais. A estrutura e as paredes de madeira reflorestada foram impermeabilizadas com uma membrana acrílica termicamente eficiente e com alta resistência ao clima. O tratamento dos dejetos se dá em uma usina biológica local e o sucesso ambiental do todo é medido pela presença de animais na área: animais de grande porte como elefantes, hipopótamos, leões e leopardos continuaram a viver e frequentar a área normalmente após a renovação. Os pequenos se sentem em casa, e esquilos e macacos são visitas constantes durante o café da manhã.
A área interna foi decorada em tons de cobre e madeira, com cestas de urdume por todas as áreas comuns, uma celebração ao artesanato local. Elas também estão presentes nas espaçosas suítes – são 12, com capacidade para apenas 24 hóspedes por vez. O mix de madeiras e materiais naturais dá um ar de aconchego, potencializada pela lareira, para as noites frias da savana. Para o calor, convidativas piscinas privativas.
Mas é ao ar livre que a vida acontece. O hotel organiza excursões para observação de animais, com partidas no começo da manhã e da noite, conduzidas por guias profissionais com profundo conhecimento sobre as plantas e os animais, seu comportamento, onde encontrá-los e melhor horário. A familiaridade é tanta que alguns são velhos conhecidos da equipe do hotel, com direito a biografia, hábitos e costumes revelados, no melhor estilo “a vida íntima das girafas”.
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